Após uma década sem lançar um álbum de inéditas, o Kiss fez um retorno espetacular as prateleiras com o lançamento de Sonic Boom, um álbum sem frescuras, que lembrou os discos lançados na época de ouro da banda. O novo trabalho que esta por vir, “Monster”, promete ser tão bom quanto o lançamento anterior e terá uma participação maior do guitarrista Tommy Thayer que co-escreveu dez músicas com Paul Stanley. Na entrevista a seguir, que Tommy concedeu ao site oficial do Kiss, o guitarrista fala sobre o novo álbum da banda e sobre suas principais influências musicais, confira

alguns trechos da entrevista:

Como foi o processo de criação do novo álbum?

Na maioria das vezes, o processo de criação foi igual ao de Sonic Boom. Nós não seguimos uma agenda. Nós só queríamos escrever grandes canções de rock e criar um álbum coeso. Sonic Boom, era mais ou menos como um divisor de águas, para ver como a banda soaria com essa nova formação. Claro, nos lançamos um grande disco, e obviamente descobrimos que poderíamos ser bons no estúdio. Já “Monter” leva essa coisa toda a um novo patamar, aumenta a oferta em termos musicais e de produção. Ele é semelhante, mas é novo e melhorado também.

Por que a banda ficou anos sem lançar um álbum antes de Sonic Boom?

Essa pergunta você deveria fazer para Paul ou Gene. Isso foi antes de eu entrar na banda. Mas a minha impressão é que eles não se sentiam confortável em tentar gravar um álbum de estúdio por causa do estado que a banda se encontrava na época. Eles não consideraram que aquilo seria saudável – ou que a banda pudesse produzir ou escrever um bom álbum de rock. Porém, a banda esta em um clima muito bom nos últimos oito ou dez anos. Há grande espírito de grupo e química agora, de repente, tornou-se óbvio – antes de fazer Sonic Boom – que a banda deveria fazer um álbum de estúdio.

Quais são suas influências principais na guitarra?

Minhas bandas favoritas quando eu estava aprendendo a tocar eram Foghat, Deep Purple, Black Sabbath, Kiss, Aerosmith, Montrose e esses tipos de bandas. Provavelmente meus guitarristas favoritos eram Ronnie Montrose, Jimmy Page e Peter Frampton. Eu ainda sou um grande fã de Frampton. Eu também adorava Pat Travers, Robin Trower … toda a segunda geração de guitarristas de meados da década de 70.Eu aprendi a tocar principalmente escutando gravações, ouvindo discos e tentando identificar os acordes dos riffs. Eu provavelmente não consegui aprender muito bem no início. Mas, quando você é criança, você tem sempre a curiosidade de saber como algumas dessas coisas são feitas, e eventualmente, ai eu comecei a aprender alguns solos – claro, ouvindo e estudando esses álbuns.

Qual época para você tem os melhores riffs de guitarra?

O início e os meados dos anos 70 foram um grande momento. Mas, ao mesmo tempo, quando você tem 13 ou 14 anos de idade, você vive um período mágico de sua vida, é quando você pega o seu primeiro violão e começa a freqüentar shows e assim por diante. Os riffs que você está ouvindo nessa idade tendem a ficar na sua memória . Um grande álbum de rock que guardo até hoje é o primeiro álbum do Montrose. “Rock Candy”, “Rock the Nation”, “Bad Motor Scooter”, “Space Station # 5” … todas essas canções são grandes hinos do rock e contam com belos riffs. Um riff de guitarra bom vale ouro. Ser capaz de chegar a grandes riffs – e escrever esse tipo de coisa – não é tão fácil como as pessoas pensam.

Ser um guitarrista do KISS é diferente de ser um guitarrista de outras bandas de rock?

É um mundo totalmente diferente. Eu nunca poderia imaginar estar em uma banda comum novamente. Isso seria um grande passo para trás. Estar no Kiss é o máximo em desempenho de rock n roll e teatralidade. Eu estava pensando sobre isso durante uma apresentação que fizemos há algumas noites atrás. Nós estávamos no palco tocando “Rock and Roll All Nite” para encerrar o show. Gene e eu estávamos indo para cima nos elevadores – há cerca de 30 metros de altura – e confetes estava voando e bombas começaram a explodir. Então um sorriso grande veio no meu rosto. Eu estava pensando, “Que sorte que eu tenho de estar nessa banda e nesse palco agora, existe algo melhor que isso? Não existe nada melhor.