A história da música está repleta de bandas que mudaram seus vocalistas e encontraram sucesso com os novos integrantes, provando que a renovação pode ser uma excelente oportunidade para o desenvolvimento artístico. Algumas vezes, a troca de vocalista pode trazer novas energias e ideias à banda, resultando em uma música mais fresca e atualizada. Aqui estão cinco exemplos de bandas de rock que tiveram sucesso com seus novos vocalistas e algumas curiosidades sobre essas formações:

AC/DC – Brian Johnson

Depois da morte do lendário vocalista Bon Scott, em 1980, muitos acharam que a banda australiana AC/DC não conseguiria se recuperar. Mas eles recrutaram Brian Johnson, ex-vocalista da banda Geordie, e lançaram o álbum “Back in Black”, que se tornou um dos discos mais vendidos de todos os tempos, atingindo mais de 50 milhões de cópias vendidas. Brian Johnson trouxe um novo estilo vocal, mais agudo e estridente, que se encaixou perfeitamente com o som pesado da banda e se tornou marca registrada do AC/DC.

Van Halen – Sammy Hagar

Em 1985, o vocalista original do Van Halen, David Lee Roth, saiu da banda para seguir carreira solo. Muitos fãs ficaram desapontados, mas a banda encontrou um novo vocalista em Sammy Hagar, ex-Montrose. Com ele, lançaram vários hits, incluindo “Why Can’t This Be Love”, “Dreams” e “Right Now”. Sammy Hagar trouxe um estilo vocal mais melódico e pop ao Van Halen, além de também contribuir como guitarrista e compositor.

Genesis – Phil Collins

Antes de se tornar o vocalista principal do Genesis, Phil Collins era o baterista da banda e responsável pelos vocais de apoio. Quando o vocalista Peter Gabriel saiu em 1975 para seguir carreira solo, Collins assumiu o microfone após uma extensa busca por um substituto. Com ele como vocalista, a banda alcançou um sucesso sem precedentes, lançando vários hits como “Invisible Touch”, “Land of Confusion” e “I Can’t Dance”. Além disso, Collins também se destacou como compositor e produtor.

Iron Maiden – Bruce Dickinson

Iron Maiden passou por várias mudanças de formação ao longo dos anos, mas a troca mais importante foi a entrada do vocalista Bruce Dickinson, ex-Samson, em 1981. Ele trouxe um estilo vocal mais melódico, uma presença de palco eletrizante e habilidades como esgrimista. Com ele, a banda lançou alguns dos álbuns mais icônicos do heavy metal, como “The Number of the Beast”, “Powerslave” e “Seventh Son of a Seventh Son”.

Black Sabbath – Die

O Black Sabbath é uma banda que passou por muitas mudanças em sua formação ao longo dos anos, incluindo várias trocas de vocalista. Depois de Ozzy Osbourne, conhecido como “Madman”, deixar a banda em 1979, foi substituído por Ronnie James Dio, ex-Rainbow. Com Dio, a banda lançou dois álbuns clássicos do heavy metal, “Heaven and Hell” e “Mob Rules”. Depois da saída de Dio, a banda teve vários outros vocalistas, incluindo Ian Gillan, ex-Deep Purple, e Glenn Hughes, ex-Trapeze.

Ian Gillan contribuiu com seu estilo vocal característico no álbum “Born Again”, lançado em 1983. Embora tenha sido um álbum controverso devido à sua mistura de estilos, ele ainda tem uma base de fãs leais. Já Glenn Hughes, que também é conhecido como “The Voice of Rock”, juntou-se ao Black Sabbath em 1985, e gravou o álbum “Seventh Star”. Apesar de ter sido originalmente planejado como um projeto solo de Tony Iommi, guitarrista da banda, acabou sendo lançado como um álbum do Black Sabbath devido a questões contratuais.

Deep Purple – David Coverdele

Ian Gillan foi o vocalista original do Deep Purple, mas deixou a banda em 1973, após desentendimentos com o guitarrista Ritchie Blackmore. Em seu lugar, a banda recrutou David Coverdale, que ajudou a banda a alcançar ainda mais sucesso com hits como “Burn” e “Stormbringer”. Coverdale, que possui um estilo vocal poderoso e emotivo, posteriormente saiu do Deep Purple em 1976 e fundou a bem-sucedida banda Whitesnake.

Após a saída de Coverdale, a banda Deep Purple passou por várias outras formações, incluindo a entrada de Tommy Bolin, Joe Lynn Turner e Steve Morse como guitarristas, bem como a volta de Ian Gillan como vocalista em diferentes ocasiões. O Deep Purple continua sendo uma das bandas mais influentes e respeitadas na história do rock, com uma carreira que abrange mais de cinco décadas.

Angra – Edu Falaschi

No cenário nacional, a banda brasileira de metal progressivo Angra é outro excelente exemplo de sucesso após a troca de vocalistas. Após a saída de Andre Matos em 2000, um dos fundadores e vocalista original da banda, o Angra escolheu Edu Falaschi como seu novo frontman.

Andre Matos, que também é tecladista e compositor, esteve presente nos primeiros álbuns de sucesso do Angra, como “Angels Cry” (1993) e “Holy Land” (1996), consolidando a banda no cenário do metal mundial. As razões para sua saída foram divergências musicais e desentendimentos entre os integrantes.

Edu Falaschi, ex-vocalista da banda Symbols, assumiu os vocais do Angra em 2001 e gravou o álbum “Rebirth”. Este disco se tornou um marco na carreira da banda, mostrando que o Angra poderia continuar a produzir música de alta qualidade mesmo após a saída de um de seus membros fundadores. Com Falaschi nos vocais, a banda lançou outros álbuns aclamados, como “Temple of Shadows” (2004) e “Aurora Consurgens” (2006), expandindo ainda mais a base de fãs do grupo.

Em 2012, Edu Falaschi anunciou sua saída do Angra, citando problemas de saúde e a necessidade de se dedicar a outros projetos como razões para sua decisão. A banda então recrutou o vocalista Fabio Lione, ex-Rhapsody of Fire, para continuar seu legado.

Esses exemplos mostram que a troca de vocalistas, mesmo em bandas consagradas, pode ser uma oportunidade para explorar novas direções musicais e estilos vocais. A habilidade de se reinventar e se adaptar às mudanças é fundamental para o sucesso de uma banda no longo prazo.