Por Durr Campos | Em 14/08/11 | Retirado do Whiplash
E
lá se foram pouco mais de três anos desde a última vez que o
guitarrista norte-americano Zakk Wylde pisou em território nacional. Em
2008, o pupilo favorito de Ozzy Osbourne fez expediente dobrado, pois
além de tocar com o Mr. Madman aqueceu o público com seu BLACK LABEL
SOCIETY. Foi com este último que o músico esteve no último sábado, 13,
na capital paulista, no HSBC Brasil.


O texto representa a opinião do autor e não a opinião do Whiplash! nem da Hard N’ Rocker ou de seus editores.
Texto: Durr Campos. Fotos: Edi Fortini
O
acesso ao local não foi dos melhores, mas chegando à casa os percalços
perderam a importância haja vista a enorme quantidade de fãs nas
imediações e a vibração bacana no ar. Alguns pareciam até sósias do
próprio Wylde; outros me remeteram aos Hell’s Angels. Enfim, o clima
combinava perfeitamente com a principal temática abordada pela banda: bebedeira.
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Inicialmente agendado para maio, pontualmente às 22h o BLACK LABEL SOCIETY  já estava no palco.
O peso das guitarras era descomunal, ao ponto de embolar um pouco e
encobrir as vozes. O início foi arrebatador com as empolgantes e
grudentas “Crazy Horse” (2010) e “Funeral Bell” (2003), dos álbuns Order
of the Black e The Blessed Hellride, respectivamente. Sem piscar “Bleed
for Me” e “Demise of Sanity” (ambas do 1919 Eternal, de 2002)
provocaram a plateia, que cantou durante toda a apresentação do BLS,
diga-se. Neste momento ouvimos um trechinho do hino “Superterrorizer”,
inacreditavelmente a única do clássico Stronger Than Death (2000)
tocada.
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Os
integrantes do grupo possuem pleno domínio de cena, com destaques para o
ensandecido baixista John DeServio (também no Cycle of Pain) e o
guitarrista Nick Catanese, único ao lado do Zakk que jamais deixou a
banda. Breves agradecimentos ao público e tome mais porrada! O hino
“Overlord” foi brilhantemente executada, assim como “Parade of the
Dead”, duas das minhas canções favoritas no Order of the Black. Àqueles
que sentiam-se frustrados pela ausência de material antigo no
repertório, uma grata surpresa em “Born to Lose”, do debut Sonic Brew,
de 1998. Muitos pescoços foram castigados ali, mas não havia um rosto
sequer que demonstrasse arrependimento por conta do headbangin’.
Wylde
apresenta a banda, que é completada por Mike Froedge, cumprimenta cada
um deles individualmente e senta-se em frente ao teclado. Após uma
belíssima introdução, era hora da balada “Darkest Days” acalmar os
ânimos, apesar da exaltação da plateia, ávida a não perder uma palavra
sequer. “Fire it Up”, a seguinte, talvez tenha sido a que mais causou
impacto junto aos fãs; os versos “Fire It Up/ Let the engines roll/ It’s
time to burn it down” nunca soaram tão poderosos. A banda trocava
olhares no palco entregando – de modo bastante espontâneo – a satisfação
por estar ali. Sem perder tempo Zakk emenda seu solo de guitarra. Um
tanto longo, mas serviu para o rapaz mostrar seus dotes musicais ao
público (como se isso fosse realmente necessário). Em minha opinião, uma
parte do show que poderia ser reduzida, no mínimo, pela metade. Só por
isso o set-list ganharia, pelo menos, mais uma música.
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Não
tem jeito, as bandas sempre deixam as melhores cartas na manga para
soltarem no final. A primeira delas, “Godspeed Hell Bound”, não só
arrancou gritos como se mostrou candidata a não sair do repertório por
tão cedo. Em “Suicide Messiah”, um dos roadies do grupo entrou em cena para reforçar o coro. Detalhe: com um megafone! O que já era um dos grandes hits do BLACK LABEL SOCIETY
ganhou tons de humor e descontração. De volta a 2006, o álbum Shot to
Hell é lembrado através de “Concrete Jungle”, numa versão pesadíssima e
mais acelerada. O final, como de costume já há algum tempo, trouxe a
clássica “Stillborn”, que parece realmente ter sido composta para fechar
as apresentações.
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Uma vez um amigo descreveu o BLACK LABEL SOCIETY como a versão “barra pesada” do Lynyrd Skynyrd, um dos expoentes mundiais no quesito Southern Rock, elemento bastante apreciado Zakk Wylde & Cia. Eu concordo, mas há muito de Black Sabbath
e da própria carreira solo de Ozzy nas composições de Zakk. E não é
exagero: o cara acabou mesmo pegando aquele jeitão de cantar do Príncipe
das Trevas.
Set-list:
1. New Religion (introdução no piano)
2. Crazy Horse
3. Funeral Bell
4. Bleed for Me
5. Demise of Sanity (com trechos de “Superterrorizer”)
6. Overlord
7. Parade of the Dead
8. Born to Lose
9. Darkest Days (precedida por um solo de piano)
10. Fire it Up
11. Guitar Solo
12. Godspeed Hell Bound
13. The Blessed Hellride
14. Suicide Messiah
15. Concrete Jungle
16. Stillborn
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